Por Danilo Paulo de Oliveira, para o TechTudo
A Apple deu início nesta semana ao programa de conserto “self service” do iPhone, em que os próprios clientes recebem peças e fazem as trocas. Dias depois, uma das mais conhecidas empresas de assistência técnica fez críticas ao movimento da gigante tecnológica. O iFixit reconhece que a medida é um passo significativo, mas diz que a necessidade de parear cada componente a um IMEI pode dar à Apple o poder de negar reparos de futuros de iPhones equipados com itens não oficiais.
O direito ao reparo (right to repair) é o nome do movimento que exige das marcas maior garantia dos direitos consumeristas sobre produtos adquiridos, especialmente quando o assunto é poder consertá-los ou modificá-los por conta própria. Apesar de recente no Brasil, a ideia se fortaleceu em países como Estados Unidos e Reino Unido.
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Apple vai exigir que as peças adquiridas para reparo pelo próprio consumidor sejam pareadas com o número de série ou IMEI dos aparelhos — Foto: Reprodução/iFixit
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Por enquanto, o serviço de autorreparo está disponível apenas nos Estados Unidos e abrange os celulares das linhas do iPhone 12, iPhone 13 e iPhone SE 2022. A expectativa é de que o programa chegue à Europa ainda em 2022. A Apple informou ao TechTudo que não há previsão de lançá-lo no Brasil.
De acordo com Elizabeth Chamberlain, diretora de sustentabilidade do iFixit, a tendência é de que a Apple limite o fornecimento de componentes de reparo, já que a disponibilidade dependeria de etapas mais burocráticas que não existem hoje. Isso seria resultado da política adotada pela companhia de exigir que as peças enviadas pela Apple sejam pareadas com o IMEI – espécie de CPF de cada produto – ou número de série.
Vale lembrar que, recentemente, a companhia anunciou que vai recusar o conserto de iPhones roubados e perdidos. Os técnicos da gigante de Cupertino agora deverão verificar o número de série e o IMEI do iPhone na base de dados antes de prosseguir com o reparo. O TechTudo apurou que a novidade deve impactar também os clientes no Brasil.
De acordo com o iFixit, a medida dá brechas para que a Apple possa recusar futuramente o conserto do smartphone de um usuário que, por exemplo, utilizou peças de terceiros para reparar o próprio aparelho em casa. Não só isso, mas clientes que buscarem o Apple Self Service dependerão do atendimento com um profissional da empresa, o que pode irritar algumas pessoas.
iPhone 13 vermelho — Foto: Thássius Veloso/TechTudo
Vale mencionar que o iFixit é uma empresa de suporte técnico que divulga gratuitamente manuais que ensinam a consertar smartphones e outros gadgets. Atualmente, o portal também vende os instrumentos e peças para os consertos. A organização tem histórico de ser bastante crítica quanto à gigante de Cupertino por dificultar o reparo dos equipamentos.
Não só isso: os dispositivos da Apple tendem a ter notas baixas em índices de reparabilidade realizados pelo site —como é o caso do iMac 2021, que obteve apenas 2 pontos de 10.
A própria Apple afirma que o programa de autorreparo não é para todos. Apesar das críticas realizadas pelo iFixit, o site afirma que está otimista com o avanço da empresa nesta área. O anúncio da iniciativa inaugura um novo mercado ainda não explorado pela gigante de Cupertino, que até pouco tempo atrás se mostrava contrária a decisão de permitir que os donos de iPhone consertem por conta própria seus dispositivos.
Com informações de iFixit e MacRumors
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