quarta-feira, 30 de março de 2022

Seis jogos para refletir sobre preservação e distopias climáticas | Um Só Planeta | TechTudo

Por Wagner Edwards, para o TechTudo

Jogos muitas vezes costumam ter temáticas que retratem e/ou dialoguem com situações do mundo "real" - entre elas, as distopias climáticas. Em títulos populares como Death Stranding e Battlefield 2042, é possível encontrar cenários futuristas de problemas ambientais e socioeconômicos que podem eventualmente se tornar realidade, como chuvas ácidas e batalhas por alimento. Outros títulos independentes, como o Bee Simulator, por exemplo, também mostram essas possíveis realidades.

Mais do que apenas servir para entretenimento, esses títulos podem ser utilizados para reflexão. Na lista a seguir, conheça seis jogos com cenários em distopias climáticas para refletir. Vale lembrar que, como critério para nossa lista, levamos em consideração enredo, jogabilidade e também relação com os impactos sofridos pela natureza.

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Bee Simulator é um jogo que promove reflexão sobre preservação a partir do ponto de vista de uma abelha — Foto: Reprodução/Bee Simulator

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1. Bee Simulator

Bee Simulator é um jogo independente que pode ajudar a pensar sobre a importância das abelhas — Foto: (Foto: Reprodução/Nacon)

Bee Simulator é um jogo produzido pela empresa francesa Nacon, disponível para os consoles PlayStation 4 (PS4), Xbox One, Nintendo Switch e ainda PC. Com jogabilidade em primeira pessoa, neste título o usuário controla uma abelha bebê, que recebe ordens da rainha e vagueia pelo parque arbóreo de uma cidade. Neste game de mundo aberto, o protagonista precisa completar tarefas que são comuns às abelhas, como polinizar flores. Também é preciso defender a colmeia enquanto luta contra invasores que tentam perturbar a rainha.

Este é um jogo que, pelo seu próprio enredo e gameplay, proporciona reflexões sobre a importância das abelhas ao ecossistema do planeta. Enquanto correm risco de extinção, esses animais auxiliam no equilíbrio da biodiversidade com a polinização e também funcionam como bioindicadores de ambientais - ou seja, indicam quais locais estão em degradação.

Nessa jogabilidade simples de simulador, o game põe o usuário "na pele" de uma abelha, abordando as dificuldades (como a extinção) que vivem e explicando o peso que elas têm no mundo. É uma boa opção interativa e lúdica para ensinar não apenas a crianças e adolescentes, mas também a adultos, como funcionam e qual a importância desse tipo de inseto ao ecossistema global.

2. Death Stranding

Death Stranding tem chuvas ácidas e clima hostil — Foto: (Foto: Reprodução/Kojima Productions)

Death Stranding é um jogo desenvolvido para PS4, PlayStation 5 (PS5) e PC pela Kojima Productions. O game retrata a vida de uma sociedade pós-apocalíptica após uma explosão modificar a Terra e todo o seu ecossistema. Na trama, o protagonista Sam Bridges (interpretado por Norman Reedus, de The Walking Dead) trabalha como um entregador e, para cumprir suas tarefas, precisa lutar inimigos invisíveis e eventos provenientes desse apocalipse climático, como uma chuva ácida que queima e envelhece tudo o que toca. Em 2019, durante nossos testes, o jogo levou nota 8,5 de 10.

Embora não tenha problemas no clima e na natureza como foco, a história de Death Stranding ajuda na reflexão porque mostra alguns cenários possíveis de encontrar no futuro. Ao utilizar o conceito de chuva ácida como inimiga, por exemplo, o jogo de Kojima joga luz a um evento climático que se expande no mundo e que pode ser danoso à vida na Terra de diversos modos.

Consequência direta da industrialização e da liberação de gases tóxicos no ar, a chuva ácida não queima de fato a pele humana, mas gera problemas em plantações e na flora global em geral. Assim, embora não aborde esses temas diretamente ao longo de toda a narrativa, Death Stranding é interessante porque, ao imaginar uma realidade em que esses eventos são diretamente danosos à vida humana, abre espaço a essa discussão. Vale lembrar que, pela sua classificação, este título é indicado apenas para maiores de 16 anos.

3. Battlefield 2042

Battlefield 2042 tem ação, mas também disputas em uma distopia climática — Foto: (Foto: Reprodução/EA)

Battlefield 2042 é um jogo de ação desenvolvido pelo estúdio EA para Xbox Series X/S, Xbox One, PS4, PS5 e PC. A proposta do game é fazer um resgate à franquia de tiro, com missões baseadas em um cenário de guerra e dividido em dois principais territórios. No título, que tem gameplay em primeira pessoa, o player se reveza entre o Conquista, em que dois grupos de jogadores lutam entre si pelo controle de grandes áreas, e o Ruptura, que envolve uma dinâmica de equipes atacantes e defensoras.

O cenário de guerra expresso no game é provocado pela escassez de comida e combustível, o que, na narrativa, resultaria em conflitos armados entre os Estados Unidos e a Rússia. Essas baixas de alimento e fonte de energia seriam, no título, consequências diretas da degradação ambiental e da falta de matérias energéticas renováveis - ponto que, na vida real, também faria sentido.

De acordo com levantamento publicado no portal G1 em 2021, o Brasil é o quarto país que mais emitiu CO2 no ar. Nesse mesmo ranking, os EUA e a Rússia vêm em primeiro e terceiro lugar, respectivamente. Enquanto a maior parte da matriz energética do mundo provém de fontes não renováveis (são 39,8% provenientes de carvão contra cerca de 2,1% de fontes limpas) e o desmatamento se alastra (apenas em 2021, por volta de 80% do carbono emitido pelo Brasil seria proveniente disso), a realidade mostrada em Battlefield 2042 pode ser uma boa maneira de promover reflexão sobre as possíveis consequências desse cenário no futuro.

4. Rewilding

Jogo Rewilding da Heavy Meadow é um título independente que promove reflexão sobre o desmatamento — Foto: (Foto: Reprodução/Heavy Meadow)

Rewilding é um jogo independente desenvolvido pela Heavy Meadow, disponível para PC. O objetivo do jogo é justamente reconstruir o meio-ambiente após um ápice de degradações climáticas o levarem ao colapso. No título, são abordadas questões como aquecimento global, diminuição das calotas polares e incêndios florestais espontâneos. O personagem principal do game se chama Syd e tem a tarefa de restaurar uma pequena parcela de terra em Nova Iorque para transformar o ecossistema danificado em um funcional.

O enredo e os gráficos de Rewilding retratam um futuro destruído pelo desgaste ambiental promovido por ação humana. Abordando as possíveis causas dessa distopia climática - como emissão de carbono e queimadas, por exemplo - o jogo tenta não apenas abrir os olhos dos usuários para possíveis cenários futuros, mas também busca ensiná-los sobre restauração ambiental. É uma opção que pode agradar tanto a crianças quanto a adultos.

5. Beyond Blue

Jogo Beyond Blue da E-Line Media é um game de mergulho que pode incentivar na conservação dos oceanos — Foto: (Foto: Reprodução/E-Line Media)

Beyond Blue é um jogo de mergulho desenvolvido pela E-Line Media e distribuído para Nintendo Switch, PS4, PC, Xbox One, macOS e também mobile (iOS e Android). O game foi inspirado em uma série de documentários conhecida como Blue Planet II, e tenta incentivar os jogadores a conhecer os oceanos ao redor do planeta.

Durante o jogo, o usuário controla uma mergulhadora e pesquisadora da Iniciativa Ocean X. Sua missão é entender como funcionam e para que servem fauna e flora oceânica. Possui viés mais educativo que de jogo e, por isso, sua jogabilidade é mais simples, bastando marcar alvos no scanner submarino, ir até a espécie em questão e registrar suas singularidades (como tipo de cauda, comportamento etc.).

Em vez de mostrar cenários distópicos, este game, na realidade, tenta estimular a preservação das águas simplesmente mostrando a importância de cada parte do ecossistema marinho. É um jogo interessante para ensinar crianças e adolescentes sobre os impactos da fauna e flora dos oceanos em nossas vidas.

6. The Climate Trail

Jogo The Climate Trail de William Volk — Foto: (Foto: Reprodução/The Climate Trail Website)

The Climate Trail é um jogo multiplataforma independente e gratuito desenvolvido pelo programador William Volk. O game trata de condições hostis climáticas, que, no cenário do título, fizeram da humanidade refém. Aqui, os habitantes devem percorrer as terras inabitáveis em busca de refúgio contra o sol escaldante e o solo rachado. A ideia é, com o desenrolar da narrativa, explicar o porquê do mundo ter chegado a esse ponto, abordando questões como desmatando e emissão de CO2.

Os cenários reforçam o temor mundial de que o planeta chegue a um estado inabitável em um futuro próximo. O sol escaldante, os solos rachados, além da comida e água em escassez, é a forma que o desenvolvedor de The Climate Trail encontrou de orientar os usuários sobre o que pode acontecer no planeta Terra caso não haja foco em preservação do meio ambiente. É indicado para crianças, adolescentes e até mesmo adultos.

Com informações de EcoWatch, Fast Company, G1, Universidade Federal Fluminense e Wired

Essa matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Conheça o projeto aqui 👈

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